A produção de etanol no Brasil está projetada para atingir 33,8 bilhões de litros na safra 2025-2026, representando uma redução de 3% em relação ao ciclo anterior. Essa previsão foi divulgada pela trading de etanol SCA Brasil e reflete as mudanças na produção tanto do etanol de milho quanto do etanol de cana-de-açúcar.
Crescimento do Etanol de Milho
Apesar da queda geral, o etanol de milho segue em ascensão. A previsão é de que sua produção alcance 9,8 bilhões de litros, um aumento de 19% em comparação com a safra anterior. Dentro desse segmento, a produção de etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, deve crescer 29%, atingindo 3,7 bilhões de litros. Já o etanol hidratado, que abastece diretamente os veículos flex, tem projeção de aumento de 13%, totalizando 6,1 bilhões de litros.
Queda na Produção de Etanol de Cana-de-Açúcar
O etanol de cana, por outro lado, deve sofrer uma retração de 10%, chegando a 2,7 bilhões de litros. Especificamente no segmento de etanol hidratado, a queda é ainda mais expressiva, com estimativa de redução de 21%, chegando a 13,4 bilhões de litros. Em contrapartida, a produção de etanol anidro derivado da cana-de-açúcar deve aumentar 9%, alcançando 10,6 bilhões de litros.
Impactos Climáticos e Produtividade
A produtividade da cana-de-açúcar deve apresentar um leve avanço em relação à safra passada, variando entre 80 e 81 toneladas por hectare, superando as 78 toneladas por hectare do ciclo anterior. No entanto, a área de colheita está projetada para 7,4 milhões de hectares, abaixo dos 7,8 milhões de hectares registrados em 2024. Esse recuo está ligado a perdas causadas por incêndios e à menor renovação de lavouras.
O fenômeno La Niña deve influenciar as condições climáticas, trazendo chuvas frequentes na região Centro-Sul no início de 2025, favorecendo o desenvolvimento das lavouras. Entretanto, a partir de abril, a tendência é de redução significativa das chuvas e temperaturas mais baixas.
Investimentos na Expansão do Etanol de Milho
Mesmo com os desafios econômicos, como juros elevados e aumento nos custos do milho, o setor segue investindo em expansão. A Inpasa, maior produtora de etanol de milho da América Latina, anunciou um investimento de R$ 1,3 bilhão para a construção de uma nova usina em Luís Eduardo Magalhães (BA), com previsão de inauguração em 2026. Além disso, está concluindo a unidade em Balsas (MA) e expandindo sua planta em Sidrolândia (MS), totalizando R$ 3,4 bilhões em investimentos. Com isso, a capacidade de produção deve aumentar de 5,2 bilhões para 5,8 bilhões de litros anuais.
A perspectiva para o setor de etanol no Brasil continua em evolução, com crescimento no segmento de milho compensando parcialmente a retração do etanol de cana-de-açúcar. A busca por soluções sustentáveis e o avanço tecnológico devem seguir moldando a indústria nos próximos anos.
